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02 maio, 2011

O EXORCISTA – Os Bastidores do Terror à pedidos


A verdade por trás da história: o caso do exorcismo de Mount Rainier, ocorrido em 1949, que inspirou o livro "O Exorcista" .
A história relatada no livro de 1971, de William Peter Blatty, e recontada em filme dois anos após, com grande sucesso de público e crítica é praticamente do conhecimento de todos. O que poucos realmente sabem é que, por trás de toda a ficção do relato, há um fundo histórico verdadeiro. Segundo consta, Blatty (na época estudante da Universidade de Georgetown, em Washington, DC), leu um artigo publicado no Washington Post em 20 de agosto de 1949, relatando um exorcismo de um garoto de 14 anos ocorrido em Mount Rainier, no estado de Maryland, subúrbio de Washington, DC. É esta história real, ou pelo menos o que sabe sobre ela, que tentaremos resumir nestas linhas.
exorcismo[3]
O garoto, que iremos chamar de Robert Mannheim (pois não se conhece seu verdadeiro nome), viveu uma vida normal até que sua tia Harriet morreu. Deprimido, Robert tentou contatá-la utilizando uma Mesa Ouija (no Brasil temos uma variante deste "jogo" em que se utiliza um copo, ou algo parecido, e letras desenhadas em círculos, onde supostamente os espíritos nos dão respostas), pois ele e sua tia haviam passado horas tentando contatar os mortos quando ela estava viva. Logo após, estranhos ruídos passaram a ser ouvidos na casa de Robert. Mais tarde, tudo tornou-se mais aterrador quando o garoto passou a assumir uma personalidade "demoníaca", praguejar continuamente e desenvolver cortes na pele espontaneamente. Seu pais consultaram um médico e um psiquiatra tentando achar respostas, mas foi constatada a perfeita saúde mental e física do garoto.
Apavorados, os pais estavam convencidos que o garoto estava tomado pelo Demônio. E convencido também estava um padre quando tentou livrar o garoto do espírito conduzindo um exorcismo em um hospital local. Enquanto o padre proferia as palavras "livre-nos do mal" o garoto debateu sua mão livrando-se das correias que o prendiam e, com um pedaço solto da cama, atacou o padre, que precisou de mais de 100 pontos para o corte provocado em seu braço. Isto foi apenas uma parte do processo de 4 meses que durou de janeiro à abril de 1949.
William Peter Blatty, antes de escrever seu livro, contatou o padre William Bowdern, um dos envolvidos no caso de 1949, mas o mesmo havia prometido proteger a família e recusou-se a dar qualquer detalhe do caso. Contudo, Bowdern mantinha um diário durante o ocorrido, e uma cópia deste diário, por meio do padre Walter Halloran, caiu nas mãos do escritor Thomas Allen em 1986. Allen pode ler como um time de padres jesuítas realizou uma série de exorcismos – rezando e borrifando o garoto com água benta durante um mês na casa de parentes do garoto e no Alexiam Brothers Hospital em Saint Louis, no estado do Missouri.
A possessão de Robert acontecia à noite – ele se debatia selvagemente, praguejava e cuspia nos padres – e durava até o nascer do sol. Os cortes que apareciam no peito do garoto eram ainda mais sinistros, parecendo rabiscou ou arranhões feitos por espinhos, onde as palavras INFERNO e ÓDIO podiam ser lidas em sangue. Os padres rezavam quase continuamente em latim, pois acreditavam que isto iria apressar Cristo que iria confrontar o Diabo.
No domingo de Páscoa de 1949 – depois de 24 noites – Robert se recuperou. Abriu seus olhos e disse, "Ele se foi". Especialista médicos que analisaram o caso de Robert sugerem que ele poderia estar sofrendo de um ou mais dos seguintes males psicológicos:
Automatismo: ação de maneira mecânica ou involuntária, uma característica de algumas formas de esquizofrenia.
Síndrome de Gilles de La Tourette: desordem na personalidade, na qual as vítimas gritam escontroladamente, soltam grunhidos, debatem-se e usam linguagem suja ou indecente.
Desordem obsessiva e compulsiva: ataca na forma de ansiedade com pouca relevância para eventos atuais, ou denota extrema urgência de realizar atos não necessários ou irrelevantes.
"Os médicos que examinaram Robert, contudo, não encontraram qualquer evidência de nenhum destes sintomas."
Allen localizou Robert, agora um homem casado com mais de 60 anos e com seus próprios filhos. Sua conclusão foi que Robert foi uma inocente vítima do horror… de um evento estranho e incompreensível, cujas raízes culturais e psicológicas são mais profundas que as do cristianismo.
INEXPLICÁVEl ou SIMPLES COINCIDÊNCIA O Exorcista (1973)
1. A primeira morte
No filme de estréia da saga, o ator Jack MacGowran é o primeiro a morrer na história, despencando de uma tenebrosa escadaria. Uma semana após terminar de gravar MacGowran morreu mesmo. Dizem que vítima de pneumonia. Será
2. Azar contagiante
Muitas "tragédias" ocorreram com o "amigo do amigo do amigo". O ator Max von Sydow, o padre Merrin, mal começou a gravar quando soube que seu irmão havia morrrido. A esposa grávida de um assistente de câmera perdeu o bebê. Epor aí vai…
3. Equipe dos diabos
A equipe técnica sofreu horrores durante a produção. O homem que refrigerava o quarto onde aconteceu as cenas de possessão morreu de maneira inexplicável. Um vigia noturno que cuidava dos cenários foi morto a tiros durante uma madrugada. Um carpinteiro cortou o polegar fora. Outro serou o dedão do pé. Imprudência no trabalho. Não, culpa do diabo!
4. Puxada infernal
A atriz Ellen Burstyn, que fazia a mãe da garotinha endiabrada, sofreu uma grave lesão na cena em que é atirada para longe pela filha. A culpa é tanto do demônio quanto do diretor Willian Friedkin, que instrui o técnico responsável por puxá-la com a corda a "dar tudo de si"
5. Dublagem maldita
A atriz Mercedes McCambrige ingeriu ovos crus, fumou igual uma chaminé e fez o diabo pra ficar com a voz rouca e demoníaca da meninha possuída. Mas os produtores "esqueceram" de colocar o nome dela nos letreiros do filme. A atriz processou o estúdio – só para saberem que não se brinca com o demo!
6. Vingança musical
O argentino Lalo Schifrin compôs uma trilha sinistra para O Exorcista, mas o diretor Friedkin achou o trabalho muito… chinfrim. Preferiu então usar o tema de piano já pronto ("Tubular Bells"). Schifrin vendeu a trilharejeitada para o filme A Casa do horror(1979). Resultado: recebeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro, coisa rara para um filme de terror!
O Exorcista II: O Herege (1977)
7. Antes nunca do que tarde
John Boorman foi a primeira escolha para dirigir O Exorcista, mas recusou a oferta. Anos depois, assumiu as rédias de O Exorcista II – o Herege. Durante as filmagens, contraiu uma infecção respiratória e passou mais de um mês de cama. Quando tentou pular fora da roubada, foi ameaçado de processo judicial pelo estúdio e concluiu o filme contrariado
8. Papel de peso
A menininha meiga do primeiro filme virou uma mocinha rechonchuda em O Exorcista II. Se alguém desconfiava que a jovem atriz Linda Blair era talentosa, ela fez questão de pulverizar essas suspeitas. O filme marca o início de sua decadência ruma os ostracismo e a um corpo em forma… de pêra!
9. Xô, imitações
Se você acha O Exorcista II ruim (e ninguém aqui afirma o contrário!), precisa ver as imitações bisonhas que surgiram em toda parte do mundo. Aliás, precisa não. É melhor evitar. Coisas como Abby (a versão "black power" de O Exorcista), Seytan (a imitação cena a cena feita na Turquia) e Jadu Tona (produção hindu com muito canto e dança). Devem irritar até o próprio capeta!
O Exorcista II (1990)
10. Sem pé nem cabeça
O Exorcista III não é uma sequência dos anteriores. Ou melhor não era para ser. O filme se baseia no livro O Espírito do Mal, de William Peter Blatty, autor do primeiro O Exorcista, que aqui também brinca de diretor. Foi idéia dos produtores trocar o título e inserir referências ao clássico de 1973. O enredo se inspirou nun serial killer verdadeiro, confundindo ainda mais as coisas
O Exorcista: O Início (2004)
11. Convite macabro
John Frankenheimer (Operação França II, Ronin) era um direitor respeitado em Hollywood. Isso até esnobar o convite para dirigir Exorcista: o Início. Respondou um sonoro "não" aos executivos do estúdio e acabou fulminado por um derrame apenas um mês depois.
12. Fim de carreira
A carreia de Paul Schrader ia mal quando ele teve a boa chance de dirigir Exorcista: o Início. Mas sua abordagem mais psicológica não fez a cabeça dos produtores. Ele foi demitido e deu lugar a Renny Harlin, que, precavido, já disse acreditar na maldição da saga.
13. Marcha fúnebre
Michael Kamen (Máquina Mortífera, X-Men) foi o primeiro compositor cogitado para cuidar da trilha sonora do novo filme, antes de Christopher Yung assumir o posto. Kamen sofreu um ataque cardíaco fulminante em 2003. O músico, porém, já flertava com o perigo: em 1999, gravou com a banda Metallica, aquela que estorou nas paradas de sucesso após vender a alma ao diabo…

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