Símbolo da verticalização paulista, considerado o maior arranha-céu da América Latina, o edifício passou por uma crise nos anos 60 e 70, onde virou abrigo de prostíbulos, casos de assassinatos e até hoje diz que um espírito vaga pelos corredores a noite, conheça a história desse prédio.


O prédio começou a ser construído em 1924, com um projeto inicial de 13 andares, o que já era um absurdo para a cidade na época, onde dificilmente um edifício ultrapassava 5 andares. Conforme ia
construindo, o comendador ia se empolgando e aumentando cada vez mais o projeto, as vezes a pedido da própria população, chegando aos gigantescos 25 andares.

Foi necessário um inquérito para provar que o prédio realmente não iria cair, e mesmo após comprovado, a obra foi embargada para não conter nenhum andar a mais, foi então que o embargador sobe uma casa de 5 andares no terraço, conhecida como casa do conde, para que a construção complete 30 andares e seja considerada a maior da América Latina.
Apesar de todo o êxtase da construção, Martinelli não conseguiu pagar pelo prédio, e teve de financia-o com uma empresa italiana, o que traria problemas durante a segunda guerra mundial, quando a união toma o prédio pra si, e muda o nome do edifício para “Edifício América”.
Com a decadência do governo nas décadas seguintes, o prédio acaba sofrendo um abandono terrível, devido ao aluguel barato em zona do centro, acaba sendo atrativo para as classes mais baixas, e é conhecido os cabarés que funcionavam no subsolo do Martinelli, as escadas do prédio funcionavam como um antro de prostituição

Em 1950, primeiros anos que os abandonos se mostram significativos, temos o depoimento de José Francisco Cascone, que trabalhava em uma joalheria no 19º andar, ele diz:
“Das 8h às 17 horas havia atividades exclusivamente comerciais, com circulação de clientes de joalheiros e alfaiates renomados, e que entravam pela rua Líbero Badaró. Mas, a partir desse horário até 7 horas da manhã, era um completo e perfeito prostíbulo, onde corria solto o tóxico, as
bebidas e o comercio do sexo. Os elevadores não eram usados e as escadas serviam de passarela para os mais absurdos desfiles de prostituição.”

Com o passar dos anos a degradação vai ficando cada vez intensa, casos de suicídio vão aparecendo e crimes começam a ficar frequentes, um outro caso só que nos anos 60 que deu alguma repercussão foi o da menor Márcia Tereza, que foi estuprada por 5 bandidos e depois morta, em um dos apartamentos do prédio.
Conforme as pessoas iam tomando conta do prédio, a higiene ficava cada vez mais decadente, há relatos que o lixo era despejado diretamente nos poços de elevador, e que já chegou a altura do sexto andar, apenas seis de seus elevadores funcionavam, e não podia se chamar, tinha-se que gritar para que parasse no andar que estava.
Dizia-se que devido ao lixo acumulado, o prédio inteiro tinha um odor forte e inconfundível, que muitos associavam com a própria morte, segundo um relado de João Alves Vieira, um antigo frequentador do centro: “Dava muito medo passar por perto do edifício, sempre a gente escutava histórias terríveis de lá, cada uma pior que a outra”.

O conde Martinelli depois de reaver sua fortuna, tinha ódio e vergonha de sua própria obra, dizia sua filha que quando tinha uma viagem a negócios em São Paulo, ele fazia de tudo para não passar por perto do prédio, e perceber que sua maior obra e tentativa de fazer um grande marco na capital, tinha resultado em uma grande favela horizontal, abandonada e com cheiro de morte.
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Prefeito reabrindo o prédio |
O prédio seria demolido se nos anos 70, o então prefeito Olavo Setúbal não tivesse entrado com um processo de revitalização e recupera-se o prédio para a prefeitura, reformando por completo e instalando alguns órgãos públicos no prédio e vendendo alguns andares para grandes empresas, foi durante as reformas que encontrou nos poços de elevadores diversas ossadas e restos humanos.
Seria o fim do tormento do prédio? Nem tanto, até hoje há quem diz que pelos corredores transita uma garota loira, de roupa branca com os cabelos cobrindo a face, as vezes sem rosto algum, seria um espírito preso pelas tragédias ocorridas no prédio? Alguns dizem que o espírito é dos tempos da criação do prédio.

Há quem diz que o 8º andar é assombrado, principalmente durante os anos 90 e inicio de 2000, que o mesmo era desabitado, perguntado a uma funcionária como foi a mudança de seu setor para o andar, ela responde: “No começo foi bem complicado, sentia-se uma sensação meio estranha e de fato aquele andar era mais frio do que todos os outros do prédio”, por diversas vezes os funcionários da limpeza e acessoristas escutam sons estranhos vindo dos andares ainda desabitados (6º, 5º e 4º) assim como chamadas suspeitas de elevador.



Será que algum funcionário ou visitante poderá ter algum encontro sobrenatural no prédio, presenciar um poltergeist? Ele poderia ser você...
Eu morri ali e continuoa aqui
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